quarta-feira, 23 de outubro de 2013

PREFÁCIO DO LIVRO CONTOS HUMANOS

Trago uma especial alegria e o privilégio de ter, para o livro Contos Humanos, o prefácio de Jácomo Facio Neto. O livro terá ainda um posfácio, do escritor Edu Moreira



Prefácio:
      Humanos ou humanoides; como me sinto, mais para a direita, mais para a esquerda ou mureiro.
      Em uma passada pelo mundo literário, feito pelo autor, temos outros escritores, vários, e seus personagens em diferentes épocas e tempos, como testemunhas de um mundo que mudou, se globalizou e banalizou as relações humanas, criando maior distanciamento entre as pessoas; e a troca, o aperto de mão, como ficam as relações: fiapos, desconfianças ou deixa pra lá. Outras palavras; fazendo o ter mais valorizado que o ser.
     O autor escreve, cria e retrata, como pode ser lido na obra do Elói, verdades, mentiras, suposições, imaginações, absurdos que acontecem na realidade e acabam sendo confundidos com a ficção; realidade ou ficção, ficção ou verdade. Será que a voz do povo é a voz de Deus, quando jogam-se nos ombros de uma mulher viúva pestes e loucura?
       Roda ou gira o mundo, feito pião, nem tudo que ocorre no hemisfério norte é pecado no sul. Mas a sujeira é a mesma; fede lá, fede cá; fé de mais fé de menos, perfume é o remendão em várias sociedades.
      Nem tudo que acontece em Brasília é pecado, pois um coral de anjos canta em harmonia, fechando os olhos e sacudindo as penas ( balançando os ombros).
       -Povo, eu sou da comunidade, até ser eleito, depois sou elite, saindo do Bexiga, atravessando a Paulista e me fixando nos Jardins; brava gente brasileira.
  As verdades do Elói aqui contidas na forma de personagens, todos com a mesma importância, chegam a fazer rir muito, chorar também, e em determinados pontos ou capítulos nos confundimos como bêbados ou equilibristas, achando que o lido foi escrito e sempre pensado por nós leitores.
    Nem ele escapou; Macunaíma herói brasileiro, assim como outros personagens locais, regionais e universais são Luzivanios e Luzivanias, Clarianos ou Clarianas que clareiam nossas mentes para os jogos, sejam de poder ou de copas, que camuflam ou tentam fazê-lo com a realidade.
      Mostrando com seus personagens, suas vidas e ações o dia a dia de muitos de nós; espelhos do cotidiano; espelho de várias cidades, vilas ou guetos.
     Que valor seria dado a vida pois até um personagem, pra quem mora em São Paulo é muito real, vive nas ruas fazendo parte das franjas da sociedade, sujo, pouco falando o português compreensivo, ou inglês, mas também sujo andado de bicicletas, malandros. Comida até podem ganhar e manterem-se, mas existe o “dindin” para boas goladas de aguardente. Para quem doa é mais fácil dar de beber um convite e um tapinha nas costas.
   Elói não fica a beira ou margem do caminho jogando pedras ao além. As pedras são usadas para construir um texto forte onde a realidade aparece como ficção.
Seja em nome de bairro, rua ou mesmo referindo-se a fé, nos fica evidente a religiosidade do autor.
                                        Jacomo Facio Neto

Professor de matemática, ciências e biologia, pedagogo, Diretor de Escola Municipal em São Paulo, cronista e admirador do autor como pessoa e suas obras e lisonjeado pelo convite do amigo e irmão para escrever o presente Prefácio.


4 comentários:

  1. Estarei ansiosa pela leitura do mesmo.Elói;Assim com "As pílulas do santo cristo me encantou,me levou a incríveis imaginações,levando-me a ambientes e lugares e realidades ainda desconhecidas para mim de São Paulo e ao mesmo tempo real,quando identifiquei realidades bem parecidas, dos progressos e mazelas de uma cidade,de um povo.Com certeza Contos Humanos trará à nós leitores apaixonado por sua literatura,muita satisfação como tem sido com outros textos seus!Parabéns,meu querido!

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  2. Muitíssimo grato, Marilene, amiga querida; feliz por estamos tão pertos, unidos pelas letras, pela literatura, mesmo de cidades distantes; bjos gratos, preciosíssima e aguda leitora!

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  3. Apaixonante este belíssimo Prefácio, parabenize o escritor e professro Jacomo Facio neto por mim. Uma obra de arte digna de constar em Contos Humanos!
    Parabéns aos dois...

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    1. Muitíssimo grato, Elisabeth por suas palavras, pela sensível congratulação!

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